A
jovem indígena da aldeia Tey’kuê, em caarapó, estudante da Escola
Estadual Indígena Yvy Poty, Dara Ramires Lemes, 19 anos, passou em
primeiro lugar em dois vestibulares para medicina no início de janeiro. O
primeiro resultado saiu na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
no Rio Grande do Sul, na qual concorria com 121 pessoas para duas vagas
no curso.
Na
terça-feira (20) saiu o resultado do vestibular da Universidade Federal
de São Carlos (UFSCAR) no interior de São Paulo, onde Dara conseguiu
fazer 32 pontos de 40 questões. “Estou muito feliz, pois estudei de oito
a dez horas por dia, durante um ano, para conquistar isso. Minha ficha
ainda não caiu, mas acredito que só vai cair quando eu estiver lá na
universidade”, conta a jovem cheia de expectativas.
No
Enem, Dara alcançou 760.0 em redação, mostrando que a escola tem
professores capacitados. “Desde criança estudei na escola indígena,
sempre fui esforçada e os professores nunca me negaram ajuda, sempre que
tinha dúvidas eles me ajudavam, e hoje eu devo o resultado dos
vestibulares a eles também, pois se não fosse a disponibilidade e
paciência deles talvez eu não teria ficado em primeiro lugar”, agradece.
Dara
já decidiu cursar medicina na UFSCAR e diz que seu maior objetivo é
terminar o curso e voltar para Caarapó e ajudar sua comunidade pois,
segundo ela, há a necessidade de médicos que falam a língua Guarani
dentro da aldeia. “Nós indígenas temos uma dificuldade muito grande de
se comunicar com o branco”, explica. Ainda segundo a jovem, com sua
presença na aldeia, como médica, ela poderá ajudar mais os índios, pois
entenderá claramente qual doença está afligindo-os, além disso ela terá
uma facilidade maior de comunicação com eles, pois ela já fala a língua e
sua família é de lá.
Fonte: portal da SED-MS
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